-Há veneno no jardim?
Será verdade?
Qual é o porquê desta necessidade?
-Há veneno no jardim.
Que crueldade!
Porém as flores não morrerão de vaidade.
-Há veneno no jardim...
Que solução!
Cercarei de veneno o meu peito
E será um escudo bem perfeito
Para as flores do meu coração!
-Há veneno no meu peito...
Que triste fim!
Enganei-me tentando me cercar...
Afastei quem queria me amar...
Que Ficasse este veneno no Jardim!
(Poesia campeã no concurso de poesias do Instituto Olavo Bilac-2005)
Cordel prá morar na lua
Ô madrinha que dança de noite
com seu sonho-de-valsa-estrelado
com seu lume de prata gelada
se tivesse o lume dourado
do padrinho da minha alvorada
mas só dança é na madrugada
e no escuro tristonho vai indo
sem querer vai subindo, subindo
e o homem que é bom vai dormindo
Ô madrinha que não tem platéia
vai no escuro valsando tristinha
Ai coitada da minha madrinha!
que só tem uns poetas lhe vendo
E mendigos de frio tremendo
se eu for o bastante dindinha
lhe escrevo sonetos brilhantes
lhe dedicos mil versos-amantes
Faço escada té aí ô madrinha
onde Jorge fez sua moradia
Tomo um porre com Jorge Gerreiro
Monto ingreja, mesquita, terreiro
faço em ti o que é bom e humano
mas eu volto no início do ano
pois o carnaval é em fevereiro!
(João do Mar)
[A]gosto Amargo
Quando o vento dá um nó
quando a rua junta pó
e a chuva traz a lama
Quando a fruta temporana
apodrece no cipó
Quando a vida é mais viril
Quando há fogo no pavio
Quando nasce toda Ana
Quando ganha o homem vil
E o leão tomba na savana
Quando a noite é mais escura
Quando nasce a amargura
quando encolhe a imensidão
quando o ar é de secura
Quando seca o ribeirão
Quando o gosto é tão amargo
quanto o café que eu trago
Quando vejo, nem me lembro
Quero é que que o vento largo
me carregue prá setembro.
(Zé Gabriel F.)
Assinar:
Postagens (Atom)