"A última tentativa de soneto do Libertino"
Minha querida,não te assuste com esta
Minha palidez tão aparente,veja:
É que meus olhos ainda estão em festa
Estão em mim,os vapores da cerveja
Minha querida,não se assuste tanto
Minha aparência nunca foi tão bela!
Minha bela,guarde o teu triste pranto
Minha belíssima e triste donzela
Bebi,amei,chorei,agora morrerei
Neste leito ao lado teu,parto feliz
Levo comigo tudo que não fiz e sei
Deixo-te como minha simples aprendiz
Mas antes de partir, deixo esta lição:
Sonetos não traduzem nosso coração!
- Só versos livres traduzirão!
Novas Diretrizes
Encerramento da série "Eros & Psique" com o poema "Eros & Psique".
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
(F.P.)
Alegria em par e paz (Eros & Psique)
Desço a avenida reticente, calado...monossilábico...
Ela olha o sol cair.
vermelho, nuvens douradas...
mãos dadas, leve brisa, o mar é logo alí.
Não é tristeza, não.
é outra coisa, como uma vontade...
uma quietude na alma...como se tivesse chegado ao fim...
como se não quisesse mais nada do mundo...
Ela olha o sol cair, sorrindo.
Descemos a avenida calados
Face inclinada, rosto para o oeste, visão lúdica
ela gosta de pôr-do-sol.
- Que foi? Tá triste? Com essa cara...
Ela me olha.
A preocupação dela me emociona, sua voz, sua cor de pele...
Sorrio, olho pra baixo, continuo descendo a avenida
Não é tristeza...É outra coisa, como um fim anunciado...Um fim sem fim
Como se o mundo não tivesse mais nada a me oferecer
É um sentimento estranho...Acho que é paz de espírito, ou alegria só...
Chegamos nas pedras, deitamos juntos...Ela repousa a cabeça no meu peito
O cheiro dos seus cabelo turvam meus sentidos...O sol vai caindo,
Vermelho, laranja, dourado...Ateando fogo no Dois Irmãos
Deixando a crista das ondas em brasas
- Lindo...
Ela diz, o pôr-do-sol...Sua voz é estranha para mim, como se nunca mais
quisesse ouvir outra...Como as ondas, suave e forte ao mesmo tempo...
Cruza os braços no meu peito, apoia a cabeça neles, face na minha face:
- Te amo...
Retribuo com um beijo...Não sei se a amo, não sei o que essa palavra significa
Me sinto estranho denovo...Não é tristeza...É outra coisa...Melancolia...sei la!
Não estou triste...Nem feliz...Estou simplesmente aqui, com ela...escutando as ondas
os pássaros marinhos, as pessoas falando, Scenic World do Beirut no MP3...
Ela me olha, seus olhos brilham...Um sorrizo tão largo quanto o mar me afoga...
Tento desviar o olhar..Não consigo...
Uma estrela aparece, as luzes da orla acendem... O dia é silenciado pelas estrelas e pela lua
crescente... Um cheiro de dama-da-noite sobe pelas pedras, jasmim e maresia...É hora de ir...
Não era tristeza...
Era a alegria de estar em paz,
Era a alegria de estar em paz,
Era a paz de estar em par...
Era amor, ou sei lá o que...
Eramos simplesmente
Eu, ela e o sol poente, e mais nada...
Soneto Ruim (Eros & Psique)
Teu corpo é um soneto, e eu desenho
Deslizo nas curvas,vou deslizando
As mãos, a cintura, esquadrinhando
Não sou arquiteto, mas me empenho
Teus seios, teu ventre, me falta engenho
Cintura, as pernas, teu olhar profundo
Em extase me perco em seu mundo
Suor, sentimentos, eu vou ganhando
Perdido em teu gozo tão sereno!
O tempo é as vezes tão ameno!
Como o frescor da brisa marinha
Desenho imperfeito, soneto ruim
Mas vou desenhando,esforço sem fim
Enquanto brincamos de você ser minha
Deslizo nas curvas,vou deslizando
As mãos, a cintura, esquadrinhando
Não sou arquiteto, mas me empenho
Teus seios, teu ventre, me falta engenho
Cintura, as pernas, teu olhar profundo
Em extase me perco em seu mundo
Suor, sentimentos, eu vou ganhando
Perdido em teu gozo tão sereno!
O tempo é as vezes tão ameno!
Como o frescor da brisa marinha
Desenho imperfeito, soneto ruim
Mas vou desenhando,esforço sem fim
Enquanto brincamos de você ser minha
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