" Em verdade vos digo :
Seja a Alma grande ou pequena,
escute meu amigo!
Nem tudo vale a pena!"

(zé)

Pagã

E havia tensão no ar
Pesado e quente, como o silêncio
leveza sadia do vazio.
olhos, olhares, pernas, pesares...
vadio, com o mesmo casaco de lã
olhava, cigarro na boca
(cigarro de rancor tem gosto amargo)
cerveja na boca, cachaça na boca
poesia na boca.
dançava, pagã como um seio descoberto
como uma fogueira, dançava
saia rodada, rodava meu mundo na beira do teu umbigo
dançava feito balão no ar
arte criminal, pagã por coerção
por decisão alheia...vagava no salão vazio
e eu, vadio, cabeça rodando, rodopiando
sentia a leveza e o doce de tuas coxas brancas, rodando
teu cabelo na cara, entregue ao momento
momento vazio, impregnado da tensão quente e vazia do
silencio
deitaria em teus seios pagãos
teu ventre sagrado
e esperaria, nascer um dia em que o mar, e a imensidão
estivesse na cor de seus olhos,
Jóias castanhas e tristes
pagãos como um corpo de mulher
como a leveza urgente e profana do viver
pagã e triste como o nada.





Um comentário:

Anônimo disse...

Você vai sempre ser um cara grande, um cara cheio de poesia, meu zé.