Não me lembro do nome das coisas
Não me lembro das regras e acentos
Me perdi na meada e no fio
Não me lembro das estações
Nem a última vez que vi chuva
nem a cor dos meus sapatos
Não me lembro se deixei o gás ligado
Não me lembro do nome do poeta
Não lembro da minha certidão de idade
Lembro sim, de dois olhos negros
No amanhecer do dia que comecei a me esquecer das coisas...
Não me lembro do motivo
Lembro dos olhos!
Olhos que trovejavam!
Dois olhos negros, negros como o vazio
Negros como o esquecer
Tudo são aqueles olhos
tudo é negro e trovejante
e não me lembro porquê.
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