Pergunta retórica.
Vagueia Borboleta translúcida
Pelos tedos de natal enfeitiçados
Vaga, mais solitária que a vida
Voando por telhados e telhados
Quem não quer, numa dor que desatina,
(Menos dor de coração arruinado)
Ter a musa que o engenho ilumina?
Ter de volta a poesia do seu lado?
Tenho na broboleta, lógica indefinida,
Perguntas que nunca cessarão.
Tenho beijos da poetisa e suicida!
Tenho tardes corajosas de verão!
Só não tenho a resposta mais querida,
Que a vontade me corroe toda a razão:
No coração, quanto dura uma ferida?
Quanto se pode aguentar a corrosão?
E mesmo as dores de chaga tão pequenina,
Nunca sararão?
(Zé Gabriel F.)
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